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Tetrápodes fósseis da Gronelândia

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Um novo estudo mostra a riqueza e fósseis de vertebrados da Gronelândia. Marco Marzola e colegas (2018) apresentam uma síntese dos tetrápodes fósseis do Paleozoico e do Mesozoico da Gronelândia, com uma revisão actualizada dos holótipos e um novo registo fotográfico dos principais espécimes. Todos os tetrápodes fósseis encontrados são do Leste da Gronelândia, com pelo menos 30 tipos diferentes conhecidos.
Além do primeiro autor, Marco Marzola, participaram ainda Octávio Mateus, ambos da FCT - Universidade Nova de Lisboa e os dinamarqueses Jesper Milàn e Lars Clemmensen.
Cladograma dos tetrápodes fósseis da Gronelândia (Marzola et al., 2018)


Devónico superior
Cinco tetrápodes de caule (Acanthostega gunnari, Ichthyostega eigili, I. stensioi, I. watsoni e Ymeria denticulata)

Triásico Inferior
Quatro anfíbios temnospôndilos (Aquiloniferus kochi, Selenocara groenlandica, Stoschiosaurus nielseni e Tupilakosaurus heilmani)

Triássico Superior
Dois temnospôndilos (Cyclotosaurus naraserlukie Gerrothorax cf. pulcherrimus), um testodinata semelhante a Proganochelys, dois stagonolépidos (Aetosaurus ferratus e Paratypothorax andressorum), um pterossauro, fitossauros e os dinossauros de sauropodomorph e theropod), o cinodonte Mitredon cromptoni , e três mamíferos (Haramiyavia clemmenseni, Kuehneotherium e "Brachyzostrodon")
Fósseis do Triásico da Gronelândia: Cyclotosaurus, tartaruga, fitossauro e sauropodomorfo (Marzola et al., 2018)

Jurássico Inferior 
Um plesiossauro da Formação Kap Stewart.

Jurássico Superior
Um ictiossauro da Formação Kap Leslie, além de um plesiossauro de Kronprins.


Além disso, as traços e pegadasde tetrápodes fósseis são descritas desde o Carbonífero (morfotipo Limnopus) da Formação Mesters Vig e pelo menos quatro morfologias diferentes (como o Brachychirotherium, o Eosauropus e Evazoum, e o Grallator) do Triásico.

A presença de ricos sítios de tetrápodes fósseis no leste da Gronelândia está ligada à presença de depósitos marinhos continentais e superficiais bem expostos com a maioria dos achados em depósitos terrestres do Devónico Superior e Triásico Superior.


Marzola, M., Mateus O., Milàn J., & Clemmensen L. B. (2018).  A review of Palaeozoic and Mesozoic tetrapods from Greenland. Bulletin of the Geological Society of Denmark. 66, 21–46.
ISSN 2245-7070. (www.2dgf.dk/publikationer/bulletin).

Apresentação do catálogo: Loulé. Territórios, Memórias, Identidades.

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O Museu Nacional de Arqueologia, a Câmara Municipal de Loulé e a Imprensa Nacional - Casa da Moeda, S. A. apresentam no próximo dia 15, em Lisboa, o Catálogo da exposição “Loulé. Territórios, Memórias, Identidades”, uma obra que se constitui como um "Estado da Arte sobre a Arqueologia, a Paleontologia e a História do concelho".



O catálogo é resultado de toda a investigação científica criada a partir das colecções em exposição e resulta na compilação de 29 textos de 31 autores e na apresentação de fichas dos objectos realizadas por 25 autores. A exposição, que já ultrapassou os 100.000 visitantes, vai ficar patente no Museu Nacional de Arqueologia até ao final de 2018, integrando o programa comemorativo dos 125 anos da instituição, aniversário que coincide com a celebração do Ano Europeu do Património Cultural.

Evolução Convergente e Divergente

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Entre os muitos tipos de evolução há dois fenómenos opostos comparáveis: o de Evolução Convergente e Divergente.

Evolução convergente é o fenómeno evolutivo em que  seres vivos de origens diferentes desenvolvem características semelhantes . Ou seja, é quando um carácter semelhante evolui independentemente em duas espécies ou linhagem, não existindo no ancestral comum. Como exemplo: o lobo (Canis lupus) e o tilacino ou tigre-da-Tasmânia (Thylacinus cynocephalus) que evoluíram para um corpo semelhante embora sejam de linhagem bem distintas: placentário e marsupial, respectivamente. Outro exemplo: corpo e barbatanas dos golfinhos, tubarões, ictiossauros e pinguins.

Evolução divergenteé fenómeno evolutivo que espécies aparentadas gradualmente se tornam mais diferentes (morfologicamente, geneticamente ou outra), através da acumulação de diferenças que poderão criar novas espécies e novos clados. Este é o processo evolutivo mais frequente na natureza. Exemplo: linhagem dos mamíferos marsupiais e placentários que divergiram no Jurássico de um ancestral comum, semelhante a Juramaia.


Evolução convergente e divergente.



Exemplo de evolução convergente entre o lobo e o tilacino.

Fontes das imagens:
Skull: Fritz Geller-Grimm - Own work. Copy of a skull of Thylacinus cynocephalus and original skull of Canis lupus, Museum Wiesbaden Naturhistorische Landessammlung, Germany
https://en.wikipedia.org/wiki/Convergent_evolution#/media/File:Beutelwolfskelett_brehm.png
Wolf: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/58/WolfSkelLyd1.png
Thylacine: Baker; E.J. Keller. - Report of the Smithsonian Institution. 1904 from the Smithsonian Institution archives.
John Gerrard Keulemans - Anderson, John (1878) Public Domains
Juramaia: Nobu Tamura CC SA BY

Globicetus hiberus: a bizarra baleia-de-bico com uma esfera na cabeça

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Reconstrução do zifídeo fóssil Globicetus hiberus por Ceri Thomas – CC BY NC, disponível em http://alphynix.tumblr.com/image/159422852817
Globicetus hiberusé um cetáceo Ziphiidae  do Mioceno de Portugal e Espanha. O holótipo é um crânio recolhido ao largo das Berlengas.

Os zifídeos (Ziphiidae) são odontocetes com 21 espécies actuais o que faz a segunda família mais numerosa de cetáceos (a seguir aos delfinídeos), apesar de muito raros. Os zifídeo eram o grupo de odontocetes com maior diversidade durante o Miocénico. Possuem dimensões apreciáveis (de 4 a 12,8 metros para a baleia-bicuda-de-baird, para um peso de 1 a 10 toneladas). Podem também ser chamadas de baleias-de-bico ou zífios.

O mais extraordinário no Globicetus é a estrutura esférica, de osso sólido, no crânio que parece ser um órgão sexual secundário tal como a cauda de um pavão ou as hastes de um veado.

O holótipo de Globicetus hiberusestá em exposição no Museu da Lourinhã, em Portugal.


Referências
 Bianucci G., Miján I, Lambert O., Post K. & Mateus O. 2013. Bizarre fossil beaked whales (Odontoceti, Ziphiidae) fished from the Atlantic Ocean floor off the Iberian Peninsula. Geodiversitas 35 (1): 105-153.
Muchagata, J., & Mateus O. (2016). Sexual display and rostral variation in extinct beaked whale, Globicetus hiberus. XIV EAVP Meeting. 136., Haarlem, The Netherlands: XIV EAVP Meeting, Programme and Abstract Book

Dipnoicos, os peixes com pulmões

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Aprendemos desde os tempos de escola que os peixes respiram através de guelras e não com pulmões. Contudo, um grupo especial de peixes aproveitou a sua bexiga natatória para trocas gasosas e com isso criou os pulmões. Os celacantos e os dipnoicos são sarcopterígios com pulmões. Os girinos de anuros e as larvas de salamandras actuais também vivem com os dois sistemas respiratórios.
Os dipnoicos (Dipnoi), também chamados de "peixes pulmonados", apareceram no Devónico e com sobrevivência de seis espécies até aos dias de hoje. O nome Dipnoi, cunhado por  Müller (1844) significa "dois ares", devido à sua respiração através de guelras e pulmões. Os dipnoicos são filogeneticamente mais próximos a um humano que a um peixe como a enguia pois partilham connosco o mesmo ancestral de sarcopterígio com as seguintes características (Ax, 2003):

  1. Barbatana musculares pares (que nós temos em formato de braços e pernas)
  2. Membro com um único elemento esquelético basal (equivalente ao úmero e fémur)
  3. Dentes com esmalte que cobrem todo o dente
  4. Articulação intracraniana, que em nós evoluiu no pescoço
  5. Vena cava posterior (vena cava caudalis).
Cabeça de dipnoico Protopterus dolloi (por Octávio Mateus). O seu aspecto mais semelhante a uma salamandra que a um peixe revela a proximidade filogenética.


Dipnoico (peixe pulmonado) do Congo (Castelnau, 1856).
Os Dipnoi, são únicos e distinguem-se através de características próprias: dentes em forma de placas ósseas, escamas por debaixo da pele, barbatana caudal continua com a dorsal e anal, e narina com abertura na coana dentro da boca.

Dipnoico Protopterus dolloi (foto por Octávio Mateus)

Dipnoico Protopterus dolloi (Domínio público, Smith & Green - Les poissons du bassin du Congo Boulenger, George Albert, 1858-1937)

Características anatómicas dos Dipnoi: placas dentárias, escamas por debaixo da pele, barbatanas pares, e barbatanas da cauda continuas à dorsal e anal.
Há seis espécies actuais, todas gonduânicas, e são frequentes nos registo fóssil, embora não existem nenhum registos de Dipnoi fósseis em Portugal.
No Triásico da Gronelândia recolhemos vestígios (placas dentárias) de dipnoicos.

Referências:
https://en.wikipedia.org/wiki/West_African_lungfish#/media/File:LepidosirenFord.jpg
Author: G.H.Ford - Proceedings of the Zoological Society of London (vol. 1856, plate Reptilia XI)
Public domain
Protopterus dipnoi skeleton Image from page 256 of "A treatise on zoology" (1900) | by Edwin Ray (public domain)
Ax (2003). The Phylogenetic System of the Metazoa

Há fósseis no seu quintal? Rochas à sua volta e nos mapas geológicos

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Existem fósseis no seu quintal? Quer saber a idade das rochas que o rodeiam? Qual o nome da formação geológica no corte de estrada a caminho de casa?
A melhor forma é através da Carta Geológica que são mapas que mostram as rochas de uma determinada área. Em Portugal as cartas geológicas são editadas pelo LNEG-  Laboratório Nacional de Energia e Geologia. Antes da política suicida de acabarmos com muitas instituições, algumas seculares, por termos "institutos a mais" as cartas eram editadas pelo antigo IGM- Instituto Geológico e Mineiro.

Carta Geológica de Portugal à escala 1/1 000 000, edição 2010 (Fonte: LNEG).
Há Cartas Geológicas de Portugal de várias escalas, sendo as principais:
Portugal, na escala de 1:50 000
Portugal, na escala de 1:200 000
Portugal, na escala de 1:500 000
Portugal, na escala de 1:1 000 000
Região Autónoma dos Açores
Região Autónoma da Madeira

As Cartas Geológicas de 1:50.000 cobrem quase todo o país e são as mais detalhadas.

Mas se não tiver acesso às Cartas Geológicas, não se preocupe, pois a maioria a informação e cartografia está disponível online no site GeoPortal do LNEG.

Exemplo de uma carta geológica 1:50000, neste caso a folha 19D. À esquerda estão representadas as áreas já cartografadas a esta escala em Portugal (fonte LNEG)
Segundo o próprio site "O geoPortal do LNEG é uma infra-estrutura de serviços integrados de suporte à gestão e visualização de dados espaciais, que visa disponibilizar, em ambiente web, a informação georreferenciada relacionada com as diferentes actividades do Laboratório Nacional de Energia e Geologia.".

No site do GeoPortal coloque a coordenada geográfica ou procure no mapa onde está, escolha a carta que precisa (Geológica a 1:50.000 é uma das melhores) e tem aí a sua informação sobre a geologia do seu quintal. O equivalente global desta ferramenta é o OneGeology.

E já agora, se encontrar fósseis de vertebrados, contacte-nos: omateus@fct.unl.pt.


Descoberta nova espécie de sirénio com patas

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Uma nova espécie para a ciência de herbívoro marinho, Sobrarbesiren cardieli, descoberto em Espanha, é o primeiro sirénio quadrúpede conhecido. Este grupo de animais, os sirénios, inclui os manatins e dugongues, também conhecidos por vacas-marinhas, são herbívoros que pastam em pradarias marinhas. Ainda sobrevivem cinco espécies actuais, todas ameaçadas de extinção. Este novo estudo teve a participação de Miguel Moreno-Azanza, da Universidade Nova de Lisboa.

Sobrarbesiren por Rosa Alonso


Investigador da FCT NOVA descobre novo mamífero primitivo


O investigador Miguel Moreno-Azanza, do Departamento de Ciências da Terra da FCT NOVA, e colaborador do Museu da Lourinhã faz parte de uma equipa internacional de Investigadores portugueses e espanhóis, que descobriram e descreveram uma nova espécie de Sirénio, um mamífero marinho primitivo que viveu nas águas de Sobrarbe nos Pirinéus.



Este novo mamífero é o primeiro sirénio com 4 membros da Eurásia e o mais antigo da Europa Ocidental, com cerca de 42 milhões de anos. Os Sirénios são os únicos mamíferos marinhos herbívoros e por isso ganharam a alcunha de “vaca-marinha”. Esta nova “vaca-marinha”, foi encontrada nos Pirinéus espanhóis e foi descrita na revista Scientific Reports. O nome da espécie, Sobrarbesiren cardieli, honra o território de Sobrarbe e o arqueologista amador Jesús Cardiel Lalueza que encontrou o fóssil. Esta descoberta representa um passo chave na evolução dos sirénios.

Sirénio actual (Zoomarine Algarve) Foto. Octávio Mateus CC SA BY
Para mais informação consultar:

Díaz-Berenguer, E., Badiola, A., Moreno-Azanza, M., Canudo, J.I. 2018. First adequately-known quadrupedal sirenian from Eurasia (Eocene, Bay of Biscay, Huesca, northeastern Spain).

Scientific Reports https://www.nature.com/articles/s41598-018-23355-w

Descoberta nova espécie de peixe pulmonado na Gronelândia

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Paleontólogos portugueses e mais quatro países anunciam a descoberta de fósseis de uma espécie única e nova de peixe com pulmões em rochas com 210 milhões de anos em área remotas do leste da Gronelândia.

Os peixes pulmonados, ou dipnóicos, são um grupo peculiar de peixes que existiu antes mesmo dos dinossauros e existem seis espécies vivas hoje. “Esse grupo é particularmente interessante porque eles têm pulmões e brânquias, o que ajuda a entender nossa própria evolução dos animais de pernas. Eles pertencem a um grupo mais amplo de peixes que evoluíram com barbatanas semelhantes a membros, que são ancestrais de todos os vertebrados terrestres, incluindo anfíbios, répteis, mamíferos e aves”, afirma Octávio Mateus, da Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa e do Museu da Lourinhã.


Placas dentária de Ceratodus tunuensis do Triásico da Gronelândia (foto por Octávio Mateus)

Durante as expedições de 2012 e 2016 em Jameson Land, no leste da Gronelândia, from recolhidas algumas fósseis destes peixes, que em vez de numerosos dentes, tinham placas dentárias, que é a parte mais facilmente encontrada no registro fóssil e foi o elemento que permitiu a identificação da espécie. De acordo com Federico Agnolin, do Museu Argentino de Ciências Naturais, “esta espécie distingue-se das demais por robustas placas dentárias com sulcos e diferentes formas de todos os outros peixes pulmonados”.

As placas dentárias são agora reconhecidas como sendo uma nova espécie chamada Ceratodus tunuensis, com o nome alusivo ao leste da Gronelândia. O nome específico tunensis significa "Tunu", palavra inuit para a Gronelândia oriental. "Esta foi a nossa forma de honrar a Gronelândia e a cultura Inuit", disse Lars Clemmensen, da Universidade de Copenhaga. “Quando escolhemos o nome da espécie, inicialmente consideramos usar o nome da povoação mais próxima cujo nome Inuit é Ittoqqortoormiit, mas no final optamos por usar Tunu por ser mais fácil de pronunciar” diz Jesper Milàn do Geomuseum Faxe.

A ocorrência de dipnóicos nessa formação da Gronelândia mostra que esse grupo estava perfeitamente adaptado à água doce. Naquela época, há 210 milhões de anos, essa parte da Gronelândia era 40º e 44º norte em latitude, equivalente ao norte de Portugal e à Espanha hoje.

O estudo é resultado da cooperação de sete autores, da Argentina, Portugal, Dinamarca, Alemanha e Gronelândia. O estudo tem como primeiro autor Federico Agnolin do Museu Argentino de Ciências Naturais e conta ainda com Octávio Mateus e Marco Marzola da Universidade Nova de Lisboa. A lista de autores inclui também Jesper Milàn, Oliver Wings, Jan Schulz Adolfssen e Lars B. Clemmensen. O estudo foi publicado pela prestigiada revista científica Journal of Vertebrate Paleontology.

Imagens e mais informações disponíveis aqui.

Placas dentária de Ceratodus tunuensis do Triásico da Gronelândia (Agnolin et al., 2018)


Placas dentária de Ceratodus tunuensis do Triásico da Gronelândia (Agnolin et al., 2018)



Ceratodus por Heinrich Harder (1858-1935)




Colecção de cartões com dinossauros

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O Dinoparque Lourinhã e a rede de supermercados Pingo Doce associaram-se para criar uma colecções de cartões de dinossauros, ao jeito das antigas colecções de cromos. Este álbum chamado "Super Animais 3 - Dinossauros" foi um sucesso. Os 108 cartões, em cartão do tamanho de 54 x 80 mm, arrumam-se numa caderneta de 26 páginas e agrupados por: os primeiros dinossauros, os saurópodes, os ornitísquios, os terópodes, os "dinossauros perigosos", os "dinossauros gigantes e miniatura", os "amigos dos dinossauros", esqueletos, ovos e ninhos, e sobreviventes dos dinossauros. Cada cartão aborda um dinossauro ou uma temática e entre eles contam-e alguns portugueses: como o Lourinhasaurus, Miragaia, Allosaurus, Iguanodon, Lourinhanosaurus, Baryonyx, Torvosaurus, Lusotitan e ainda os ovos de dinossauro e crocodilomorfos de Portugal. Além disso, inclui os géneros Angolatitan e Europasaurus que também têm o cunho português.

Algumas das cartas são especiais: têm um código que aciona uma app, outra têm cheiro, outras rugosidade ou brilham no escuro.

A base foi desenvolvida por um consórcio holandês e adaptada para cá pelo Dinoparque Lourinhã. É a primeira vez que existe uma colecção deste tipo com estes dinossauros.

Os cartões só podiam ser obtidos na compra de produtos num supermercado Pingo Doce (4 cartas por cada 10€) numa iniciativa que começou 13 de Março e termina hoje, 23 de Abril de 2018.
Cartões de dinossauros do Pingo Doce

Fósseis Espectaculares de Portugal, em Beja

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A Biblioteca Municipal de Beja "José Saramago" está a organizar um ciclo de conferências de divulgação cientifica "10 temas de ciência do ano 2018" vai ter este fim de semana conferências em que temos todo o gosto em participar com uma palestra sobre Fósseis Espectaculares de Portugal, sábado, 28 de abril, pelas 16:00.





Região Oeste quer candidatar-se a Geoparque da UNESCO

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Região Oeste quer candidatar-se a Geoparque da UNESCO é a novidade que o Diário de Notícias avança hoje, via LUSA e que replicamos aqui:


Região Oeste quer candidatar-se a Geoparque da UNESCO

DN
Lourinhã, Lisboa, 27 abr (Lusa)- A região Oeste, das mais ricas do mundo em achados de dinossauros e com património de interesse geológico com mais de 150 milhões de anos, quer candidatar-se a Geoparque da UNESCO, confirmou à Lusa a Câmara da Lourinhã.

A intenção foi manifestada há duas semanas na reunião do Fórum Nacional da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), realizada em Macedo de Cavaleiros, no distrito de Bragança, confirmou o município da Lourinhã, que pretende avançar com uma candidatura em conjunto com os municípios de Torres Vedras, Peniche, Óbidos e Bombarral, da mesma região.

Representantes destas autarquias estiveram em "fóruns da UNESCO de âmbito nacional e internacional, com o objetivo de mostrar a vontade, bem como evidenciar a importância da constituição do Geoparque Oeste, para o território nacional, mas também para o património mundial", e até setembro deverá ser constituída uma entidade de gestão para dar continuidade ao processo.

A existência de património geológico e paleontológico com mais de 150 milhões de anos no território dos cinco concelhos do Oeste é o ponto forte da futura candidatura, que deverá ser formalizada dentro de três ou quatro anos à comissão nacional da UNESCO.

Num artigo científico publicado após a apresentação do tema na Conferência Europeia de Geoparques, realizada em setembro nos Açores, os investigadores Bruno Pereira, Octávio Mateus, José Carlos Kullberg e Rogério Rocha, parte deles ligados ao Museu da Lourinhã e à Universidade Nova de Lisboa, demonstraram que se trata de uma das zonas mais ricas do mundo com achados fósseis do Jurássico Superior, onde foram descobertas 200 novas espécies de vários animais, entre os quais dinossauros.

Também as falésias calcárias da costa de Peniche, do Jurássico, apresentam relevância internacional, sendo de realçar a 'Ponta do Trovão', classificada como geomonumento por ser característica do período Toarciano (183 milhões de anos) e por ali existirem fósseis marinhos.

Bombarral, Lourinhã, Óbidos e Peniche dividem entre si o território do Planalto das Cesaredas, espaço que há 170 a 150 milhões de anos estava submerso pelo mar e onde hoje predominam formações rochosas em calcário do período Jurássico, com 150 milhões de anos.
Mapa antigo da região oeste, em Portugal. Mapa "Portugalliae quae olim Lusitania" de 1584 por Ortelius (1527-1598). Note-se que este mapa tem uma orientação em que o Oeste está no topo. 

No local já foram descobertas 15 novas espécies animais fósseis das 170 ali encontradas, na sua maioria invertebrados marinhos como corais, bivalves ou amonites (parentes das lulas e dos chocos), mas também peixes e ancestrais de crocodilos, que coabitavam com os dinossauros.

O Planalto possui também interesse arqueológico, tendo em conta os vestígios da ocupação humana durante toda a Pré-História, com necrópoles, alguns povoados, como o Castro da Columbeira, e grutas classificadas como sítios arqueológicos do Paleolítico e do Neolítico (de há 12 mil anos).

No Planalto, ocorreu também a Batalha da Roliça, em agosto de 1808, no período das invasões francesas, e este terá sido local dos encontros secretos entre D. Pedro e Inês de Castro.

Óbidos possui também património cultural de interesse e é Cidade Criativa da Literatura.

Estes aspetos têm contribuído para o aumento do turismo histórico e de natureza na região, com concelhos do distrito de Leiria e de Lisboa.

O Lince-Ibérico no registo fóssil português

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O Lince-Ibérico Lynx pardinus, é o mais ameaçado dos felinos em todo o mundo. Já chegou a ser anunciado como extinto em Portugal mas felizmente voltaram a aparecer.
No registo fóssil ou subfóssil português há algumas ocorrências, sobretudo em depósitos de grutas, em várias localidades entre as quais Casa da Moura, Fontainhas, Caldeirão, Escoural, Algar de Cascais, Gruta das Salemas, Lapa da Rainha e Furninha.

Lince-Ibérico Lynx pardinus. Fonte: Programa de Conservación Ex-situ del Lince Ibérico www.lynxexsitu.es CC SA BY
Um novo estudo dá a conhecer uma nova ocorrência, um úmero direito, para Casais Robusto, concelho de Alcanena num trabalho que se enquadra na tese de mestrado em Paleontologia de Darío Estraviz.

Lynx pardinus, parte distal de úmero direito de Casais Robustos (FCTUNL-VP-713) (Estraviz & Mateus, 2018)

Estraviz, D, Mateus O.  2018.  The quaternary mammals from the caves of Casais Robustos and Cabeço de Morto, Alcanena (Portugal): the case of Lynx pardinus Temminck, 1827. EJIP Life finds a way: 159-162., Gasteiz, Spain

Escavações paleontológicas no Algarve em destaque num novo livro

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O novo livro de Steve Brusatte "The Rise and Fall of the Dinosaurs: A New History of a Lost World"  publicado pela William Morrow (New York, 2018) ISBN: 978-0-062490-421 relata a curiosa situação da descoberta do Metoposaurus algarvensis, com concelho de Loulé, em 2009.

O livro foi revisto por Michael Benton aqui.

Frontispício do livro "The Rise and Fall of the Dinosaurs: A New History of a Lost World"
Excerto do livro "The Rise and Fall of the Dinosaurs: A New History of a Lost World" com a fotografia da jazida da Penina, no Algarve

A fenestra mandibular e a origem dos crocodilos

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Durante o Jurássico não existiam crocodilos, mas sim crocodilomorfos. Uma das diferenças mais evidentes é a abertura mandibular, isto é, uma fenestra que os verdadeiros crocodilos (clade Crocodylia) têm nos ossos da maxila inferior, entre os ossos dental, angular e surangular. O estudo e relevância desta abertura anatómica foi  estudada por Eduardo Puértolas-Pascual, Octávio Mateus e Pedro Callapez num artigo apresentado no último congresso EJIP, que mostra que esta característica é fiável e uma das mais úteis para a distinção entre os verdadeiros crocodilos e os seus parentes crocodilomorfos.

Filogenia dos crocodilomorfos.

Fenestra mandibular em crocodilos (Puértolas-Pascual e al 2018)


Puértolas-Pascual, E., Mateus O., & Callapez P. M. (2018).  Implicaciones de la fenestra mandibular externa en el origen de Crocodylia. EJIP Life finds a way. 14-144.

Répteis cretácicos de Angola em exposição no Smithsonian

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Répteis marinhos cretácicos de Angola vão ser o foco de uma exposição temporária no National Museum of Natural History do prestigiado Instituto Smithsonian, em Washington, a partir de 9 de Novembro, em resultado da colaboração com o Projecto PaleoAngola.

A exposição denominada “Sea Monsters Unearthed: Life in Angola’s Ancient Seas” vai estar patente durante dois anos, após os quais está disponível para ir para Angola. A exposição teve a colaboração da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa e contou com a supervisão científica de Louis Jacobs da Southern Methodist University (SMU) do Texas e do Projecto PaleoAngola.

A exposição terá plesiossauros, mosassauros, tartarugas e outros fósseis do Cretácico de Angola que foram escavados pela equipa PaleoAngola que conta com o português Octávio Mateus, e com a colaboração de vários geólogos angolanos de destaque tais como Olímpio Gonçalves, Maria Luisa Morais e André Buta Neto.

O Museu Nacional de História Natural do Smithsonian é um dos museus de história natural mais visitados do mundo, com aproximadamente 7 milhões de visitantes anuais dos EUA e de todo o mundo.

Angolasaurus e Angolachelys que estarão em expsosição no Smithsonian. Ilustração por Karen Carr.

São Pedro da Cova tem nova espécie de feto fóssil

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Douropteris alvarezii é o novo género e espécie de pteridófita, feto fóssil, de São Pedro da Cova, conforme o novo artigo assinado por Pedro Correia  Zbynĕk Šimůnek  Christopher Cleal  e Artur Sá.

O artigo "Douropteris alvarezii gen. nov., sp. nov., a new medullosalean pteridosperm from the Late Pennsylvanian of Portugal" foi publicado no Geological Journal.

Este novo género de planta fóssil com cerca de 300 milhões de anos, Douropteris alvarezii vem da Bacia do Douro, o que lhe dá o nome.  Douropteris alvarezii tem uma combinação incomum de características observadas em vários géneros fósseis, e distingue-se sobretudo pelo padrão da nervação das folhas.
O ano passado, Pedro Correia e colegas também já tinham publicado uma outra nova espécie de pteridófita da bacia do Douro.

Douropteris alvarezii  São Pedro da Cova, Douro Basin, Portugal (Correia et al. 2018)


Palestra "O Estado da Ciência em Portugal", hoje, com Carlos Fiolhais

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Hoje pelas 15:00 (imediatamente a seguir ao jogo Portugal-Marrocos) convidamos para a palestra "O Estado da Ciência em Portugal" Prof. Carlos Fiolhais (Univ. Coimbra), no Auditório da Biblioteca, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Nova de Lisboa, Caparica (GPS: 38.6626 ,-9.2054). Palestra promovida pelo Departamento. de Ciências da Terra da FCT-UNL.






Parque dos Dinossauros atrai mais de 14 milhões de investimentos turísticos na Lourinhã

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Medir o impacto económico da ciência é difícil, e da paleontologia ainda mais. Contudo há notícias entusiasmantes dos efeitos multiplicadores e externalidades que a Paleontologia tem na sociedade.
O SAPO anunciou hoje que o Parque dos Dinossauros atrai mais de 14 milhões de investimentos turísticos na Lourinhã, numa notícia que replicamos aqui:



Parque dos Dinossauros atrai mais de 14 milhões de investimentos turísticos na Lourinhã

23 jun 2018 10:07
MadreMedia / Lusa

O Parque dos Dinossauros da Lourinhã, que recebeu 150 mil visitantes desde que abriu em fevereiro, está a atrair a este concelho do distrito de Lisboa novos investimentos turísticos que totalizam mais de 14 milhões de euros.

“Desde a abertura do Dino Parque que se nota uma maior procura de informação sobre o concelho por parte de investidores nacionais e estrangeiros em diferentes áreas de negócio”, respondeu o município hoje à agência Lusa.

Este ano, dois novos aparthotéis entraram em obra, de acordo com fontes próximas dos promotores, ambos estrangeiros.

As instalações da antiga Escola Agrícola, encerrada em 2009, vão dar lugar a 90 apartamentos turísticos, num investimento de quatro a cinco milhões de euros, enquanto 2,5 milhões de euros, na maioria oriundos da Áustria, estão a ser investidos na requalificação da antiga Estalagem da Praia da Areia Branca, onde vão surgir 41 apartamentos.

Desde 2015, entraram na câmara 11 processos de obras para projetos turísticos, que somam 460 novas camas e um investimento total de mais de cinco milhões de euros, de acordo com dados divulgados à Lusa pela Câmara Municipal.

Desses, nove já obtiveram licenciamento para iniciar as obras e dois estão em fase de licenciamento.

Segundo a autarquia, em fase de intenção de negócio estão investimentos superiores a nove milhões de euros, com um total de 720 camas previstas, tendo sido aprovados os cinco pedidos de informação prévia que entraram nos últimos três anos.

Um deles corresponde ao investimento de quatro milhões de euros num novo hotel na Praia da Areia, com 80 quartos e 160 camas, cujo projeto vai em breve dar entrada na câmara para licenciamento, disse à Lusa fonte próxima do promotor.

Os investimentos vêm aumentar a competitividade turística e aumentar o número de camas num concelho que “não consegue acolher todos aqueles que, em turismo ou em negócio, queiram pernoitar no território”, reconhece a autarquia.

A Lourinhã possui 2.100 camas turísticas, de acordo com o Registo Nacional de Turismo.

Em 2011, o Plano Estratégico da Lourinhã identificou como lacuna a falta de hotéis para aumentar a capacidade de alojamento no concelho, estabelecendo como prioridade a atração desse tipo de investimentos.

Para ir ao encontro dos investidores, o município criou o Gabinete de Apoio ao Empresário da Lourinhã e baixou a derrama para empresas na área do turismo.

A autarquia oferece ainda condições de incubação de projetos na StartUp Lourinhã e está a investir na requalificação urbana da vila e do litoral do concelho.



Caparica acolhe o EAVP2018, um congresso europeu de paleontologia de vertebrados

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Começa na segunda-feira, na Caparica, o principal congresso europeu de paleontologia de vertebrados. O EAVP (XVI Annual Meeting of the European Association of Vertebrate Palaeontologists) organizado pela Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT) da Universidade NOVA de Lisboa (UNL), no Campus da Caparica, através das actividades do Departamento de Ciências da Terra (DCT). A FCT-UNL é uma das principais instituições de paleontologia em Portugal e acolhe o Programa de Mestrado em Paleontologia em associação com a Universidade de Évora (Alentejo, Portugal).




O congresso conta com 190 participantes de toda a Europa e alguns do resto dos Estados Unidos e América do Sul.

1º Congresso Virtual Paleontológico

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E se aproveitássemos a tecnologia para fazer um congresso que se realiza online, ou seja em todo o lado e lado algum.

O surgimento de novas aplicações e tecnologias abre uma ampla gama de possibilidades sobre novas formas de comunicação no mundo científico. Cientes disso, temos o prazer de apresentar o 1º Congresso Virtual Paleontológico, cujo objetivo principal é divulgar os mais recentes avanços científicos em paleontologia em todo o mundo de forma rápida, fácil e económica.

Este congresso online é pioneiro em paleontologia, oferecendo um ambiente exclusivamente virtual desenvolvido para pesquisadores de todo o mundo. Comunicações orais e cartazes sobre qualquer campo paleontológico serão apresentados através de uma plataforma online criada ad hoc. A simplicidade desse novo formato permite taxas de registro de baixo custo e economia de despesas de viagem e manutenção.

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